Portugal

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Adquirida pelo Município em 1980, a Quinta Municipal de Subserra tem constituído desde então, e após um continuado esforço de recuperação do seu património e melhoramento do nível de qualidade das condições existentes, um importante apoio ao desenvolvimento de acções no âmbito sócio-cultural, a par de uma actividade agrícola significativa. Situada na localidade de Subserra, a sua história está intimamente ligada à história de Alhandra.

A História da Quinta de Subserra é, durante mais de três séculos, a história de um morgadio e de seus proprietários, ou seja, de um vínculo e da classe nobre que o possuiu.

Sabemos quem foram os senhores e seus descendentes, quando nasceram e morreram, com quem casaram, seus nomes e seus feitos. Ignoramos, porém, quem construiu a capela e o palácio, quem trabalhou o jardim, as vinhas e os pomares, quem habitou em redor da quinta trabalhando nela e para ela. 

Assim, o historial que se segue, não pode ser mais que o historial de um propriedade com seus imóveis e terrenos e de seus possuidores e senhores.

"He este lugar o mais fresco que quantos o Tejo une por que de todas as partes está cercado de árvores de fruto, principalmente da de Espinho as quais estando verdes todo o ano fazem parecer isento das injúrias do tempo, as outras frutas de Verão se colhem nesta terra de melhor sabor e perfeição que quantas se conhece na Europa. Nasce isto da bondade águas que arrebentando da serra regam abundantemente estes pomares e do sobejo dela que pelas mais corre se faz um grande tanque que serve para a limpeza de todo o lugar. He este sítio sanissimo, e não morrem os homens nelle senão de muy larga idade."

Com estas palavras apreciou Manuel Severim de Faria, chantre da Sé de Évora, o lugar de Subserra quando, em Novembro de 1609, se deslocou à povoação para visitar a sua família. 

Os Severins tinham solar na povoação desde princípios do século XV quando, após a conquista de Ceuta o fidalgo francês Pero Severim, fora recompensado por D. João I com grande extensão de terras em Subserra. 

No inicio do século XII várias famílias nobres possuíam quintas no lugar: Jácomes, Morais, Pedrosas, Pretos, Távoras e Pegados. A abundância de água, a excelência dos ares e «a variedade que tem de aspectos e vistas» eram certamente razões de peso na instalação de casas nobres no lugar.

Em 1633 Diogo da Veiga, rico homem regressado da Índia, funda a Capela de S. José, dando início à hoje chamada “Quinta de Subserra”, que é continuada por sua filha D. Bárbara de Vasconcelos e por um sobrinho desta, D. João Roxas de Azevedo.

 Deste período é a capela de S. José com seus azulejos seiscentistas e a tela pintada a óleo por Bento Coelho da Silveira, pintor que em 1678 substituiu Domingos Silveira no cargo de pintor régio. Ainda na mesma capela se encontram os túmulos de D. João Roxas de Azevedo e de sua mulher D. Maria Josepha de Contreras.

Prosseguindo a propriedade de morgadio nos seus descendentes que, através de casamentos, se ligam a outras casas nobres, surge-nos no início do século XIX a “Quinta de Subserra” nas mãos de D. Isabel de Lemos e Roxas casada em segundas núpcias com Manuel Inácio Martins Pamplona. 

Regressados a Portugal em 1821, após exílio motivado pelas simpatias napoleónicas do general Pamplona, reedificam a capela e palácio, este consideravelmente arruinado desde o terramoto de 1755. Uma lápide colocada sobre a fonte fronteira ao palácio atesta o restauro dos imóveis da quinta. 

O século XIX será o tempo das marquesas de Bemposta e Subserra – D. Maria Mância de Lemos Roxas Carvalho Teixeira Valnia a (1804-1881) e sua filha D. Maria Isabel de Lemos Roxas Saint Léger (1841-1920) – sendo a Quinta ponto de convívio da alta nobreza do tempo e objecto de visitas régias. 

A marquesa de Bemposta era filha do primeiro casamento de D. Isabel de Lemos e Roxas com Manuel de Lemos e herda o 2º título de 2ª Condessa de Subserra do padrasto, general Pamplona, 1º Conde de Subserra. 

Pelo casamento em segundas núpcias, com D. Theodoro Estevão de Larue torna-se Marquesa de Bemposta e Subserra.   

D. Maria Isabel de Lemos Roxas Saint Léger pelo casamento em 1861 com António de Saldanha Oliveira Zuzarte Figueira e Sousa, 1º Marquês de Rio Maior, torna-se Marquesa de Rio Maior, Bemposta e Subserra. 

A propriedade sofre alguns melhoramentos e arranjos, nomeadamente os jardins já existentes, a gruta, o tanque dos peixes, os pombais e a estrada de acesso à quinta. 

Nos finais do século XIX, era a “Quinta de Subserra” a única casa de vulto no lugar, tendo as outras casas nobres entrado em decadência ou ruína. 

“Foi outrora Subserra importante povoação muito habitada de fidalgos, que aqui tinham suas casas e de homens bons que aqui viviam constantemente. Hoje há uma pequena aldeia de poucos moradores”. 

Assim se referia a Subserra Lino de Macedo em 1893.

A casa dos Severins, depois dos Manuéis, condes de Vila Flor, que fora o primeiro solar da localidade, era nesse tempo também já apenas uma lembrança. Com a morte, em 1920, da Marquesa de Rio Maior, Bemposta e Subserra, sem descendência, a propriedade vai para seu sobrinho José Luís de Almeida, 6º Marquês do Lavradio.

Entrada em decadência, a quinta é vendida e passa sucessivamente por vários proprietários durante o nosso século: Pierre Benoist, Silva Araújo e João Guedes de Sousa, sendo a este último que se devem alguns arranjos nos jardins e sobretudo na azulejaria exterior que é quase totalmente colocada no seu tempo.  

Reveste-se também de grande interesse a visita aos jardins geometrizados com um traçado característico do séc. XVIII. 

Todo o conjunto, com uma área de 18 hectares é propriedade municipal.

 

A zona Ribeirinha de Alhandra sofreu uma grande transformação, felizmente para melhor (finalmente é feito alguma coisa de jeito).

Quem não acompanhou a metamorfose que se tem vindo a dar desde 2001/2002, não vai certamente reconhecer o local.

Tem espaço (muito espaço), uma boa zona relvada, está muito aprazível e convida ao passeio na companhia do Rio. Alhandra está pois de parabéns porque está a proporcionar um local invejável de lazer.

Apresento a seguir algumas fotografias da vista de vários pontos da zona ribeirinha tiradas ao pôr do sol (não estarão com a qualidade que eu desejaria, mas foram tiradas com uma máquina digital muito fraca).

O convite para um passeio fica feito. De manhã, à tarde ou mesmo à noite, são momentos muito agradáveis.

 

Fotografia tirada para Norte.

Fotografia tirada para Sul.

 

Vista da Marina de Alhandra.

A Igreja vista a partir da margem do rio.

 

A Sociedade Euterpe.

Alçado do Museu Sousa Martins.

 

Fachada principal do museu Sousa Martins

A zona ribeirinha vista a partir do extremo sul.

 

Convida ou não convida ao passeio?

É pena a Cimpor ao fundo a estragar a paisagem

 

Sensivelmente ao meio e virado para norte

A rampa de acesso ao rio destinada ao público

 

A marina

Sensivelmente ao meio e virado para sul

 

Mais uma perspectiva da marina

O relvado

 

Excelente para dar um passeio e relaxar

Vale a pena dar um passeio aqui

 

Alhandra está a crescer. E a melhor maneira de o confirmar é observá-la a partir do céu.

Quem está longe, já pode matar saudades....

 

Alhandra, vista a partir do ar.

Alhandra, vista a partir do ar.

 

Alhandra, vista a partir do ar.

Alhandra, vista a partir do ar.

 

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Página actualizada em 2005-10-05