Portugal

Portugal

 

Alhandra, para grande orgulho das suas gentes, foi berço de personagens ilustres da nossa História, os quais pela sua grandeza, deixaram marcas indeléveis que ainda hoje testemunham a sua existência.

 

No alto do monte que domina Alhandra, também conhecido por Serra de Alhandra, ou dos Anjos, ou ainda de S. Lourenço, ergue-se o monumento comemorativo das Linhas de Torres, erigido em 1883 no local de onde partia a primeira linha de fortificações militares (Reduto da Boa Vista - Nº 3, no Distrito de Alhandra ou 1º Distrito da 1ª Linha) que fazia parte do complexo defensivo, construído entre 1810 e 1811 pelas tropas luso-britânicas, aquando das invasões francesas.  Esta primeira linha de fortificações começava no Rio Tejo, com a chamada "Bateria do Tejo", que não era mais nem menos, que uma Bateria Flutuante de 14 barcas - canhoneiras inglesas, que subiam e desciam o Tejo, vigiando-o, com o apoio directo às "Baterias da Estrada (N°1) e do Conde (N°2)".

Estas fortificações militares que começavam na Vila de Alhandra, faziam parte das chamadas "Linhas de Torres Vedras" (4 linhas), construídas com grande sigilo entre 1810 e 1812 pelas tropas Luso-Britânicas e pelo povo, contra os exércitos de Napoleão.

 Além da visita ao Monumento, o local apresenta uma boa posição sobranceira ao Tejo, que permite uma excelente apreciação deste e do seu estuário, assim como, também, uma boa apreciação sobre a Vila de Alhandra e do Vale de S. António, constituindo por isso um autêntico miradouro. Bem perto, próximo do local fica o Reduto n° 1 14 - 1º de Subserra, que os aIhandrenses conhecem como "Forte Velho", que se encontra em razoável estado de conservação, graças a uma recente intervenção de limpeza, assim como toda a zona envolvente, incluindo a antiga Estrada Militar, e que também merece uma visita.

Para além do monumento é possível visitar, em passeio pedonal, alguns troços da muralha e algumas fortificações, ainda em estado razoável.

Do miradouro avistam-se as Lezírias, o Tejo, Alhandra e a área industrial envolvente. O monumento insere-se numa vasta zona de lazer, projectada para piqueniques.

 

Localizada no designado Alto do Castelo ou Miradouro do Castelo (também conhecido por Pátio da Igreja), a Igreja Matriz foi fundada pelo Cardeal D. Henrique em 1558, então Arcebispo de Lisboa, onde antes existia uma Ermida de Invocação a Santa Catarina.

Esta Igreja Matriz era considerada um templo majestoso pela sua qualidade artística e pela proeminência da sua implantação, dado situar-se a 33 metros acima da vila. Em 1887, no dia 21 de Agosto sofre um violento incêndio

ficando totalmente destruída.

Foi lenta a reconstrução no mesmo local, da actual Igreja Matriz de São João Baptista. O culto só em 1910 voltou, após a sua reconstrução, onde foram utilizados materiais e um espólio valioso do antigo Convento do Grilo, em Lisboa.

Este templo de três naves, tem um admirável altar-mór, de preciosa talha, com bases em mármore policrome artisticamente lavrado e embutido. Nas paredes existem valiosos quadros ricamente emoldurados, alguns recentemente restaurados, outros em preocupante estado de conservação, atribuídos ao Pintor Régio de Óleo, Bento Coelho da Silveira (1618-1708).

Zona privilegiada de Alhandra, daqui é possível avistar, para além da vila, grandes extensões do Tejo, os seus mouchões e uma vasta área da Lezíria.

 

O Museu de Alhandra (também conhecido por Museu Sousa Martins), localiza-se numa zona ribeirinha privilegiada, e ocupa a antiga habitação daquele conceituado médico e farmacêutico alhandrense o qual constitui o patrono desta instituição museológica.

Nascida a ideia do Museu ainda nos anos 60, e tendo funcionado provisoriamente em duas salas do mercado local, foi em 1985 o Museu de Alhandra

inaugurado no espaço que actualmente ocupa, após aquisição da moradia onde nasceu o Dr. Sousa Martins. Em 1991 foi ampliado, para receber uma Galeria de Exposições Temporárias e estender a área de exposição permanente.

O espólio deste museu circunscreve-se à freguesia de Alhandra, cujo historial é transmitido através da exposição de livros, documentos, quadros, fotografias, instrumentos de trabalho, objectos de uso quotidiano e colecções particulares. 

Os aspectos sociais e económicos, a industrialização, o associativismo, a tauromaquia e o quotidiano, bem como as figuras de Sousa Martins, Salvador Marques, Soeiro Pereira Gomes, Francisco Filipe dos Reis e Baptista Pereira, estão bem patentes na exposição permanente organizada pelo museu. A destacar, ainda as exposições temporárias.

Para além de uma sala dedicada à memória do Dr. Sousa Martins, é de destacar uma colecção artística constituída por representações de Alhandra e por obras de artistas oriundos da vila. A documentação de arquivo e bibliografia completam o acervo do museu.

Pela sua riqueza de conteúdo, pelas temáticas expostas e pela forma como a história de Alhandra se apresenta ao visitante, visitar o museu de Alhandra torna-se obrigatório a quem pretende conhecer melhor esta vila.

Também o pode visitar em www.museusousamartins.org.

 

Localizado no antigo Largo da Praça e no antigo espaço do Pelourinho de Alhandra, apeado em 1893 e frente à antiga Casa da Câmara de Alhandra, destruída com o terramoto de 23 de Abril de 1909, o lançamento da 1 a Pedra ao Monumento a Sousa Martins, foi a 18 de Agosto de 1904, na antiga Praça de Serpa Pinto. 

A inauguração solene do monumento, foi a 23 de Junho de 1908, que foi construído por subscrição entre os seus patrícios, amigos e admiradores.

O Monumento que se ergue na Praça 7 de Março de 1843, é uma

bela obra de arte, muito elegante na sua simplicidade e encima-o o Busto de Sousa Martins, em bronze do escultor Costa Motta.

 

Localizado no antigo Largo do Jardim, depois Largo de Serpa Pinto e hoje Praça Soeiro Pereira Gomes, na placa triangular, voltado para o Tejo e de costas para a Sociedade Euterpe Alhandrense, no antigo espaço onde esteve implantado um "avião em Setembro de 1977", o monumento a Soeiro Pereira Gomes, foi projectado por concurso público de 18 de Fevereiro de 1981, sob o tema "Soeiro Pereira Gomes. A Resistência. Esteiros. Os filhos dos homens que nunca foram meninos", que foi ganho pelos escultores João Afra e João Duarte.

A inauguração solene do Monumento, foi a 29 de Setembro de 1985, o qual foi construído pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, com o apoio da Junta de Freguesia de Alhandra e da Cimpor.

 

Classificado como Imóvel de Interesse Público (Dec. N° 23122, D G 231, de 11 de Outubro de 1933), este pelourinho não se inscreve na tipologia dos demais existentes no concelho (Alverca, Povos e Vila Franca de Xira) indubitavelmente manuelinos, tanto na feição decorativa como no perfil.

Pela simplicidade arquitectónica da coluna e pelos seus complementos pode-se perfilhar a hipótese do pelourinho ter sido erigido no reinado de D. João III (1521-1557).

O Pelourinho de Alhandra, é pois um monumento e não deixa de ser um padrão do antigo Concelho da Vila de Alhandra, pelo que representa na sua História, na sua actividade funcional como Câmara, desde o século XVI ao século XIX. Digam o que disserem aqueles para quem a História começa hoje e tudo que é do passado merece esquecimento, o "Pelourinho", disse bem Alexandre Herculano, é símbolo da Liberdade Municipal, ou melhor das Liberdades Municipais. Só os concelhos no pleno uso das suas liberdades locais tinham o direito de levantar o seu "Pelourinho", e levantavam-no diante da sua Casa da Câmara, por mais simples e pobre que ela fosse, porque o edifício era a "Sede do poder autónomo da vizinhança, que formava a grei municipal". Nenhuma vereação, por mais pobre que ela fosse não deixava de construir o seu "Pelourinho", monumento que era a um tempo de exercício de justiça e, por isso, o sinal do poder, que só a importância dos seus privilégios lhe garantia. 

O Pelourinho de Alhandra, era e é, o "Padrão do seu velho concelho, extinto em 1855", e hoje face à nova História de Portugal, podemos dizer que o "Pelourinho" foi apeado duma forma estúpida e ignorante no ano de 1893. Exclamaria muitos anos mais tarde o grande investigador histórico, etnográfico e escritor, o alhandrense Francisco Câncio, nesta catilinária, curta mas incisiva, sobre, o Pelourinho: - "Quem o mandou apear não soube o que fez, por ignorância. Quem o mandasse erguer tinha jús à gratidão da terra". E rematemos nós: e que todos, mas todos os filhos da terra e os residentes lhe reconhecessem o estímulo e lição de inteligência culta. Nestes últimos anos a História de Portugal tem vindo a ser reposta, com a restauração e reposição nos seus lugares primitivos e por tal próprios da tradição local, de muitos Pelourinhos. É o caso do Município de Vila Franca de Xira, em que os Pelourinhos de Alverca, Povos e Vila Franca de Xira, foram restaurados e erigidos nos seus locais de origem. 

O Pelourinho de Alhandra, foi alvo de diversas análisés, com vista à sua reconstrução e reimplantação. Os seus elementos pétreos originais foram submetidos a uma intervenção de limpeza e conservação, a fim de se efectuar a montagem com os elementos pétreos executados, já no ano de 1972 e nesta altura está pronto a ser reimplantado, o que não deixa de ser caricato para o único imóvel classificado de interesse público, de Alhandra, o nosso "Pelourinho", e que é ao mesmo tempo também, o das freguesias de Calhandrlz e de Sao João dos Montes, freguesias do extinto Concelho da Vila de Alhandra.

 

Seguinte  Início da página

 

geral@datatrade.net

Optimizado para a resolução 1024x768 - IE 6, tamanho do texto "médio"

Página actualizada em 2005-10-05